A seleção
Após ser selecionada, começou uma correria danada atrás de renovação de passaporte, seguro saúde, passagens, visto, vacinas, malas e blablabla. No meio dessa correria, comprei minha (fortuna de) passagem para o dia 31 de dezembro, ou seja: passaria o reveillon no Atlântico! Dito e feito, comecei a minha viagem partindo do Aeroporto de Salvador em direção ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, de onde eu pegaria vôo para Johannesburg, na África do Sul, para então chegar em Nairobi, capital do Quênia.
O Vôo
São Paulo - Johannesburg
Até São Paulo foi super normal, já que eu estou tão acostumada a ir pra São Paulo para as Conferências da AIESEC. No meu vôo para Johannesburg que começou de verdade o clima de desapego, a começar pela tripulação que era africana e só falava inglês, começaram entre um lanche e um almoço os meus primeiros desafios da língua, e mais do que o inglês: o inglês africano! Porque aqui a pronúncia é bastante diferente, por exemplo, palavras como "better", "litlle" ou "together" (que vocês sabem como se pronuncia, ou pelo menos como ensinaram pra gente na escola), são pronunciadas como "betá", "litá" e "togedá". By the way, como disse anteriormente, passei o reveillon no avião. Não vou mentir que tava esperando um champagne, porque os aviões da South African Airways até que são chiquezinhos, mesmo se você vai na classe Z. Eles te dão tapa-olho, meia, escova, pasta, fone de ouvido, comida decente e free (¬¬' quem viajou pela WebJet recentemente vai entender essa minha cara!), rádio, jogos, filmes, CDs... Mas quem disse? A única coisa que aconteceu foi um STOP no meu filme e uma repentina contagem regressiva desde o 5, 4, 3, 2, 1, happy new year!!! OK! Feliz ano novo. Mas não importou pra mim, só o fato de eu saber que no dia primeiro de janeiro eu estaria no Quênia, começando a melhor experiência de minha vida, já era o suficiente. Ah! Não podia esquecer do meu companheiro de poltrona, um professor da faculdade de Juiz de Fora que era descendente de indianos e estava indo para New Delhi.
Johannesburg - Nairobi
Chegando em Johannesburg, eu me senti em casa. Havia estado lá por 9 horas um ano antes, durante minha conexão para a Coréia do Sul. Eu aproveitei pra terminar de arrumar meus documentos e preencher os formulários de visto. Fiz isso em um café, onde paguei uma fortuna para usar a internet. Hoje em dia os aeroportos não cedem mais wireless, absurdo! By the way, lá eu comecei a me sentir mesmo uma estrangeira, sendo uma das únicas brancas (e agora loira) do ambiente. O aeroporto é muito chique e aparenta ser bem seguro, eu dormi que foi uma beleza! Até que eu parti pra Nairobi! Quando cheguei em Nairobi bateu um medinho. Eu não sabia se ia ter alguém lá pra me buscar, porque não tinha conseguido contactar ninguém (e já era de noite), e nem se ia conseguir tirar o visto (você pode tirar o visto na entrada do país por apenas 25 dólares e um formulário preenchido). Para a minha sorte, tudo ocorreu bem, estavam lá para me buscar Ingrid (VPTM), Steve (LCP que renunciou e eu vim pra substitui-lo) e a irmã de Ingrid. Mas como nem tudo são flores... Não! Eu não perdi minha mala, ela apenas foi quebrada. Lá vai eu e meu inglês buscar a reclamação da companhia aérea. Depois de muitos empregados se retarem comigo (depois dessa minha experiência serei muito mais tolerante com os gringos), eu consegui um documento na qual eu deveria levar para o escritório na capital e eles consertariam minha mala. OK! :) E lá fomos nós, no carro de Steve, para a casa onde seria meu primeiro host. Eu vim o caminho todo conversando com a irmã de Ingrid, pra treinar meu inglês envergonhado, e a primeira coisa que ela me falou foi - pasmem! - "Brasil? Vocês produzem café, né? Eu dei isso na aula de geografia." (Márcia Kálid que leia isso!) E a primeira impressão do Brasil de samba, carnaval e futebol foi essa, pra me desequilibrar! No mais, estava escuro e não deu pra ver o caminho!
O primeiro host: Casa de Ingrid - VPTM @Kabarak
Steve nos deixou lá e foi embora, já era tarde. Era tudo novo pra mim, uma casa diferente, mais ou menos parecidas com as casas do suburbio de Salvador. Assim quem entrei me deparei com o que viria a se tornar minha amiga: Taifa, a coelhinha do MC (depois eu descobri que ela estava lá porque não tinha ninguém no MC)! Logo depois encontrei a típica família
Realmente é impossível descrever o choque que a gente sente de chegar num lugar totalmente diferente, que fala uma língua que a gente não domina e numa casa de gente que não conhecemos. Acho que por isso é uma experiência que agrega tanto. Passei (ainda passando) por um monte de perrengue tb. rs
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